As formigas operárias caminham lenta e apressadamente (mais uma das contradições dessa vida) pelos longos corredores do formigueiro subterrâneo. Cabisbaixas, elas avistam uma formiga macho, loira e cabeluda, que se destaca. Munida de um papel sulfite posicionado ao lado do rosto, ela caminha tranquilamente com um olhar feliz. Difícil não reparar. Conforme se aproxima, as demais esticam os pescoços e espremem os olhos a fim de decifrar o que está escrito na tal folha. E então,“S-O-R”, olhares se iluminam, “R-I”, lábios e bochechas se movem, “A”, sorrisos tímidos nascem e abastecem o tanque de combustível para o dia.