Ao observar a cena, é possível concluir que a moça de branco que o acompanha é a chave. O garoto se empenha na argumentação para conseguir demovê-la do intuito de denunciá-lo para a autoridade mais temida: a mãe. Ora nega, ora implora, mas não consegue fazê-la mudar de ideia.
Qual terá sido o crime?
A)Atravessar a rua correndo.
B)Puxar o cabelo do amiguinho na escola.
C)Responder mal a professora.
D)Falar palavrão.
E)NDA.
Não há como saber. Por certo, algo grave, pois ele usa todo o seu arsenal de despertamento da compaixão feminina (leia-se cara de coitado, voz embargada e olhos suplicantes). O problema é que nada funciona. Ela é linha dura.
Após alguns minutos, o réu infante se sente cada vez mais encurralado e está entrando em pânico quando, de súbito, seu rosto se ilumina. Em segundos, deixa toda a resignação de lado, infla o peito, levanta a cabeça imponente e grita convicto:
— Eu vou falar que você fez cocô na calça!
Ao que ouve:
— Pode falar o que você quiser!
A cabeça torna a baixar, os ombros são levados para frente, o olhar acompanha os pés que voltam a chutar o chão e ele segue, desolado.
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