quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pagando mico

Ridículo é não fazer nada por medo de parecer ridículo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Um jeito de tirar as pedras do caminho


À sua frente, o caminho. Ao seu lado, alguém dispara: agora para a direita; já viu a toco de árvore ali na frente?; se você perguntar para aquele tiozinho que vende bananas?; acho melhor desviar daquelas pedras pela esquerda; já decidiu se vai contornar a montanha ou subir por ela?...quanto mais ele fala, mais o percurso cresce. A estrada parece não ter fim e tudo em que você consegue pensar são os percalços visíveis e invisíveis pelos quais inevitavelmente passará. Algumas ideias como parar o carro, abandonar a missão e sair andando de volta para casa ou até mesmo assassinar o acompanhante, que está mais para mala sem alça, e empurrar o corpo na rodovia para seguir sozinho se tornam opções bastante apetitosas. 

Mas, surge algo com o qual você não estava contando: a maturidade. E você reflete, pondera, analisa, respira e pisa no acelerador. De repente, seu cérebro passa a funcionar na velocidade da luz, e então você fala com o vendedor de bananas que te ajuda a deslocar o toco de árvore, desvia das pedras pela direita, encontra um caminho pelo meio da montanha e UAU! A beleza daquele vale inunda seus olhos de tal forma que ocupa cada milímetro do seu pensamento. Nada mais importa. Nada mais existe. O que quer que tenha acontecido antes, por aquele momento, valeu a pena. Você inspira todo o ar que consegue, na tentativa de aprisioná-lo dentro de si e com a sua imagem devidamente gravada por de novo o pé na estrada. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Equilíbrio

Para que todos saiam ganhando, é necessário que todos estejam dispostos a perder.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sonhando alto

Ela lia, ouvia, via, assistia, se alimentava de ilusão. Um dia, enquanto caminhava lentamente pelas nuvens, inebriada com o azul celeste, não viu o vão que se formava à sua frente. Despencou. Como uma pedra que se solta do alto de um edifício, ela se viu transformada em pequenos pedaços de gente espalhados pela avenida. Imediatamente, percebeu que precisava se juntar todinha para voltar a ser. Então, deixou que as pálpebras se abaixassem para que os olhos se virassem para dentro de si mesma na tentativa de encontrar a ordem das peças e remontar aquele quebra-cabeça. Neste instante, tudo ficou claro. Tão real como sua própria existência, ela pôde enxergar. Eis que viu o céu, as nuvens, o sonho.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Beleza de cara lavada


Uma cadeira. Pessoas apressadas com móveis, objetos variados, figurinos e todos os tipos de aparatos circulam pelo ambiente. Câmeras por todos os lados. Maquiadora. Sento. “O que é isso? Essa menina não faz as unhas há quanto tempo? Uma década? E essa cara? Que horror! Sai daqui, sai, sai, sai”, ela afirma enquanto enxota a ogra ouvinte com as mãos, sem ao menos olhá-la. 

Despertador. Espelho. (Que cara acabada!) Água, protetor solar, base, pó, blush, rímel, lápis, sombra, batom, gloss.

Um dia depois.
Despertador. Espelho. Preguiça. Suspiro. Água, protetor solar, base, pó, blush, rímel, lápis, batom, gloss.

Dois dias depois.
Despertador. Espelho. Muita preguiça. Água, protetor solar. Espelho. Pausa. Sorriso.

Pronta.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Quimera e realidade

O fantástico existe.
Sublime, plástico, encantador e atraente, porém respeitoso.
Vive com a mesma intensidade com que aguarda que você o queira e o veja.
Pulsante.

Respira no muito, no sempre, no todo,
mas também te surpreende no pouco, no nunca
e naquela partezinha que esquecida floresce.
Mágica.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tudo de novo, outra vez


Acuso a vida de ser repetitiva.
Que injusta sou!
Não é a vida que se repete a mim.
Sou eu que me repito a ela.