À sua frente, o caminho. Ao seu lado, alguém dispara: agora para a direita; já viu a toco de árvore ali na frente?; se você perguntar para aquele tiozinho que vende bananas?; acho melhor desviar daquelas pedras pela esquerda; já decidiu se vai contornar a montanha ou subir por ela?...quanto mais ele fala, mais o percurso cresce. A estrada parece não ter fim e tudo em que você consegue pensar são os percalços visíveis e invisíveis pelos quais inevitavelmente passará. Algumas ideias como parar o carro, abandonar a missão e sair andando de volta para casa ou até mesmo assassinar o acompanhante, que está mais para mala sem alça, e empurrar o corpo na rodovia para seguir sozinho se tornam opções bastante apetitosas.
Mas, surge algo com o qual você não estava contando: a maturidade. E você reflete, pondera, analisa, respira e pisa no acelerador. De repente, seu cérebro passa a funcionar na velocidade da luz, e então você fala com o vendedor de bananas que te ajuda a deslocar o toco de árvore, desvia das pedras pela direita, encontra um caminho pelo meio da montanha e UAU! A beleza daquele vale inunda seus olhos de tal forma que ocupa cada milímetro do seu pensamento. Nada mais importa. Nada mais existe. O que quer que tenha acontecido antes, por aquele momento, valeu a pena. Você inspira todo o ar que consegue, na tentativa de aprisioná-lo dentro de si e com a sua imagem devidamente gravada por de novo o pé na estrada.
Amei, amadurecer e mais ou menos isso
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